[Retrato] (não necessariamente pra Iaiá.)
Que a perna dele, suja e peluda, entrelaçava as coxas dela, não menos sujas, contudo menos peludas, isso eu via. Mas o cheiro de mijo e marginalidade que aquele enlace exalava, isso aí era coisa de se sentir.
Os ossos das costas pareciam querer furar a camisa amarela da mulher e fugir prá outro lugar - eram alvos demais prá suportar tanta imundície - mas uma mão de nós calejados e textura áspera os acariciava, como se dissesse que ficassem por ali mesmo, que era lugar conhecido há tempos, que era onde eles cabiam direito.
Havia olhos - se há contato eles sempre estão lá - e eles se encontravam. Dum brilho meio fosco, não admira que fossem cinza, dum reflexo de insanidade abandonada tempos atrás [ou horas, ou anos.]. E se as pupilas perdidas umas nas outras diziam algo, a cortina de sujeira que os separavam do resto do mundo não permitia distinguir o que era.
Se demoravam e se namoravam ali, em quarto se mquatro paredes, em cama de cobertor roto - e só o cobertor. E era como se calados e perdidos na desgraça um do outro se encontrassem, prá tornar a se perder do mundo que os cospe os rejeita porque eles não são limpos e decentes como convém.
Da sujeira que se encaixava como vingança e contestação involuntária. Do amor ou da conveniência - isso aí não me deixaram perceber. Dum casal abraçado no chão da praça. Disso tudo eu fiz um retrato.
terça-feira, setembro 06, 2005
domingo, setembro 04, 2005
Mais com ele, em mais ócio no msn.
Dessa vez a gente se resolveu pelos microcontos, e, manteve o limite de cinquenta caracteres por cada.
[É bem verdade que acho que ultrapassei algumas letrinhas em algum destes. Mas, ninguém morre por isso, né mesmo?]
Na espera
Cheiro bom fugia da cozinha
Fome escorre pelos olhos do tio
Bobalegre
Suor dor fome e... sorriso.
É que eu ando com felicite aguda.
Pedra no espelho
Pedante que é pedante
Disfarça o gosto por isso
Suicida
Corpo no chão e veneno do lado.
Será que não sabia que era pra rato?
Roedor
Vão se as unhas
Ficam os dedos
Fábula de quem não teve infância
U cuelu filiz tlavessava a lua
Veiu calu e fez plófff!
(...)
Some Viagra, Please (ou "Aquele do coelinho")
Vai ser bom, não foi, querida?
Fantasista
Viu o mar pela janela
Mergulhou...
Esqueceu da avenida
O vaso quebrou
É fato
Parnasianos
nunca comeram ninguém
Ah, a maternidade!
Acordou de madrugada com o choro do bebê.
(...)
- Maldita pílula de farinha.
Shit happens
- Enfim o porquê da exist...
Pá!
- Lugar de doutô num é no Rio
Verdade
Pior que explicar piada
É explicar micro-conto
Casas Pernambucanas
- Quem bate?
- É o frio...
E caiu de susto com a voz.
Saudosismo nerd
/compuserv set icq sound mode "on"
Infância anos 90
/msdos
/c:
/jogos
/supermario
/exe
Loser
De pequeno,
nunca peguei a Carmen Sandiego
Zóio prêto
Sangue do naíz
Láguima no zói
- Quem quié cupado?
- O zoto, mãe!
Perú no bum-bum (ou "Palhaço pedófilo")
Tudo começou com a bitoca no nariz.
E saiu pela porta a cantar
I know, it's only tchu-tchu-tchu
But I like it!
[E se eu disser que é a terceira vez que Don´t lie, do Black Eyed Peas roda por aqui, eu mereço uma pedra no meio da testa? Ainda acho que vale especificar que não, eu não me rebaixei ao ponto de baixar a mp3 dessa música. Na questão de manter um pouquinho de minha compostura, a rádio Terra tem me ajudado.]
Dessa vez a gente se resolveu pelos microcontos, e, manteve o limite de cinquenta caracteres por cada.
[É bem verdade que acho que ultrapassei algumas letrinhas em algum destes. Mas, ninguém morre por isso, né mesmo?]
Na espera
Cheiro bom fugia da cozinha
Fome escorre pelos olhos do tio
Bobalegre
Suor dor fome e... sorriso.
É que eu ando com felicite aguda.
Pedra no espelho
Pedante que é pedante
Disfarça o gosto por isso
Suicida
Corpo no chão e veneno do lado.
Será que não sabia que era pra rato?
Roedor
Vão se as unhas
Ficam os dedos
Fábula de quem não teve infância
U cuelu filiz tlavessava a lua
Veiu calu e fez plófff!
(...)
Some Viagra, Please (ou "Aquele do coelinho")
Vai ser bom, não foi, querida?
Fantasista
Viu o mar pela janela
Mergulhou...
Esqueceu da avenida
O vaso quebrou
É fato
Parnasianos
nunca comeram ninguém
Ah, a maternidade!
Acordou de madrugada com o choro do bebê.
(...)
- Maldita pílula de farinha.
Shit happens
- Enfim o porquê da exist...
Pá!
- Lugar de doutô num é no Rio
Verdade
Pior que explicar piada
É explicar micro-conto
Casas Pernambucanas
- Quem bate?
- É o frio...
E caiu de susto com a voz.
Saudosismo nerd
/compuserv set icq sound mode "on"
Infância anos 90
/msdos
/c:
/jogos
/supermario
/exe
Loser
De pequeno,
nunca peguei a Carmen Sandiego
Zóio prêto
Sangue do naíz
Láguima no zói
- Quem quié cupado?
- O zoto, mãe!
Perú no bum-bum (ou "Palhaço pedófilo")
Tudo começou com a bitoca no nariz.
E saiu pela porta a cantar
I know, it's only tchu-tchu-tchu
But I like it!
[E se eu disser que é a terceira vez que Don´t lie, do Black Eyed Peas roda por aqui, eu mereço uma pedra no meio da testa? Ainda acho que vale especificar que não, eu não me rebaixei ao ponto de baixar a mp3 dessa música. Na questão de manter um pouquinho de minha compostura, a rádio Terra tem me ajudado.]
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