[Para o 17º Concurso Maldito, de tema Cosmogonia]
As pernas iam dobradas, a salientar um joelho que servia de apoio para as mãos. Pouca coisa acima, as coxas antecediam um corpo que se curvava prá acomodar-se ao pequeno espaço. E no que viria a ser o topo do todo, a cabeça encolhia-se em espera confortável.
Ali o tudo ainda era turvo, os sons ainda eram longe; esboços de melodias que, mais tarde, viriam a ser reconhecidas.
Aquela placidez confusa, contudo, dava sinais de sua finitude. As paredes pareciam raivosas ao comprimí-lo daquela maneira, ao tratá-lo como ferida com urgência de ser expurgada: não cabia mais.
Cabeça primeiro. Ombros, tronco, pernas e, por último, pés.
Neste recém universo era luz demais, era muito barulho, era frio que cortava-lhe a pele frágil e ele não sabia o que haveria de fazer.
Experimentou inspirar um pouco de ar com a boca, e estreou seus pulmões e estranhou sua nova vida e quis responder àquilo tudo.
Foi quando, sem surpreender a ninguém, contraiu a pequena face e chorou com a alma, pressentindo ingenuamente toda a vida que ainda iria caber naqueles, poucos centímetros, naquele tiquinho de quilos.
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Prá fazer inveja.
As costas doloridas e as mãos insinuando uma leve L.E.R nos tendões. Uma caneca suja de sorvete à esquerda; cd´s e uma placa que se encaixa eu sei lá onde no computador à direita. Pequeno caos. Já passava da hora de sair da frente do computador.
Dei um descanso prá cadeira e, ao passar pela porta, quase tropecei na gata, que, esparramada no chão, miava preguiçosamente como se pedisse, da forma menos exaltada possível, um carinho na barriga.
Mando-a procurar um serviço - carinhosamente, contudo - e continuo a descer as escadas.
Lá embaixo a rede, lá em cima o céu ficando rosa, era dia que findava. Brisa leve, tempo morno. Eu deitei-me e ociei.
____________________________
Porque esses dias eu, de fato, não tenho feito nada. Pensamentos sobre o ódio que eu dedico à Adriane Galisteu, sobre a quantidade de clipes de mano´s que mtv tem exibido, sobre como dias são diferentes quando se acorda bem depois do meio deles, sobre mil outras coisas insossas.
Estar de férias é bom.
Dei um descanso prá cadeira e, ao passar pela porta, quase tropecei na gata, que, esparramada no chão, miava preguiçosamente como se pedisse, da forma menos exaltada possível, um carinho na barriga.
Mando-a procurar um serviço - carinhosamente, contudo - e continuo a descer as escadas.
Lá embaixo a rede, lá em cima o céu ficando rosa, era dia que findava. Brisa leve, tempo morno. Eu deitei-me e ociei.
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Porque esses dias eu, de fato, não tenho feito nada. Pensamentos sobre o ódio que eu dedico à Adriane Galisteu, sobre a quantidade de clipes de mano´s que mtv tem exibido, sobre como dias são diferentes quando se acorda bem depois do meio deles, sobre mil outras coisas insossas.
Estar de férias é bom.
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