Sabe que, na verdade, é bem estranho viajar pra um lugar que não te traz nenhuma recordação [como já comentado aqui], mas que as pessoas apontam como sendo sua "terra natal". É estranho ver todo mundo te olhando com espanto, e comentando que você cresceu demais desde que te carregavam no colo e sua altura nem chegava a alcançar o joelho deles, sendo que você não tem a mínima idéia de quem são essas pessoas.
É estranho, mas não é de todo mau.
Ruim é passar na rua onde fica a casa em que dizem que você já morou há algum tempo, e perceber entre os "uai gente..." de seu irmão que nenhum daqueles que costumavam ser amigos de sua família moram naquele pedaço da cidade mais. Pode parecer algo banal, e na verdade deve, de fato, ser algo comum, mas boba e dramática que sou, já fiquei pensando sobre e isso. E como é óbvio, cheguei a conclusões pouco otimistas.
Acho que, na verdade, estamos sempre sozinhos. Ainda que tenhamos ótimos e especiais amigos, eles não vão estar conosco pra sempre, como gostaríamos que estivessem. Porque a tal vida segue o que diz o ditado. E nessas voltas podemos nos separar daqueles que são importantes pra nós, pra conhecermos outros que futuramente farão a diferença em nossa vida. O que me leva a concluir que as tais "fases" realmente existem, e são relativamente curtas e obviamente passageiras. E a não ser que você fique, como já diria aquele nordestino barbudo e despirocado, "dentro de um apartamento com a boca escancarada - cheia de dentes - esperando a morte chegar", tudo a sua volta, especialmente você, é extremamente mutável. Não dá pra se esperar que alguma coisa realmente dure para sempre.
Bem, e como se não bastasse ser pessimista bobona e dramática, eu ainda sou medrosa. Portanto mudança é algo que me atrai, mas que ao mesmo tempo me enche de medo. Daí eu fico nessa. Temendo por antecipação o inevitável.
Mas bah, dá pra desconsiderar esse post.
Acho que ele é pura influência desse Dance of Days que eu tô ouvindo agora.
[Anram Lara verde, a gente finge que acredita.]
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