terça-feira, setembro 12, 2006
where is Donnie?
[legendinha desnecessária a da foto. e essa aqui também.]
A nebilina de dia que nasce desperta Donnie, que ia jogado no acostamento da rodovia a dormir sabe-se lá desde quando. O menino levanta meio confuso, sacode a cabeça prá dar jeito nas idéias e ri com o canto da boca ao [não] lembrar-se do ontem. Põe-se sob a bicicleta e pedala com a pressa dos novos até sua casa.
Pros ouvidos, Killing Moon.
É por cenas como esta que Donnie Darko me ganhou. Eu não vou mentir e negar que a trilha sonora, extremamente bem composta pelo melhor da década de oitenta [com direito a Love will tear us apart, uma das minhas favoritas entre as dessa época, e talvez até entre todas as músicas], tem grande importância no meu apreço pelo filme, mas há tanto mais.
Prá dizer do enredo, este sustenta-se no protagonista que dá nome ao filme: um adolescente com distúrbios psicológicos aliados à óbvia dificuldade de se ter uns dezesseis anos. Daí para sair perâmbulando sonâmbulo pela vizinhança e bater um papo com Frank - um coelho gigante e assustador que ele adota como amigo imaginário - é um pulo.
É fato que se não for tratado com certa cautela, este tipo de mote pode não conseguir desenvolver mais que outro filme de "adolescente doidinho", mas em Donnie Darko, as questões abordadas, a forma inusitada com a qual a câmera as retrata, o bom desempenho da maioria dos atores e o toque de absurdo que permeia toda a história culminam em um resultado final excelente.
Dirigido por Richard Kelly, produzido por Drew Barrymore [ééé, aquela que fez E.T, foi Pantera e hoje em dia passa bem com o Fabrizio dos Strokes] e protagonizado por Jake Gyllenhal [o moreno de Brokeback Mountain], Donnie Darko foi filmado em 2001, mas por passar-se em 1989, recria perfeitamente aquela estética própria da transição do 'zanzoitenta' para os noventa - com direito a participação de Patrick-I-had-the-time-of-my-life-Swayze e cintão de um palmo na cintura de Drew Barrymore.
Só é meio difícil de achar [eu consegui assistir ontem, numa exibição no CCBH, depois de procurar muito].
Mas dê seu jeito, se vire. É daqueles que deve ser assistido.
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