O que a gente faz com os dias que demoram a passar porque não há quem te impeça de dormir até depois do meio dia? E com a pia que vaza e, se faltar providência, continuará vazando até que fique difícil de atravessar do quarto prá sala sem molhar os pés?
Eu tenho que trocar o papel agora, trocar o ralo que não suga e com pouco vai deixar subir aquele cheiro ruim [cheiro que não vem de mim, no entanto; 'esse cheiro ruim que você tá sentindo aí vem do ralo', sim senhor, do ralo. Eu não sou podre esse tanto].
Mas pode, pode mandar subir sim, moça, que do elevador eu escuto o tilintar das risadas, o encher do copo com espumas de diversão. Eu já levo o dedo no som e aumento as músicas de anos atrás que, impressionante, continuam servindo bem por agora. Fica aí, tem espaço [e é bom que eu não duelo com o sono até tarde prá não pensar no medo antes de dormir] , não vai agora, que a próxima música é muito boa, você vai ver, e a gente ainda nem terminou a rodada, eu ainda tenho cinco milhos prá apostar.
Quase uma hora no relógio, e eu não vou arrumar a cama hoje não, se eu posso enrolar até ficar escuro e parar na janela durante as canções calmas e dançar sozinha e pateticamente feliz ao som de tudo o que me dê vontade de mover os pés, de jogar o corpo.
Eu tenho que trocar a roupa agora, tenho que trocar de olhos quase embriagados e dormir, que amanhã é dia outra vez, e eu devo provar prá mim mesma que eu não sou tão pequena, tão calada assim.
[Acho que merecia um post-diarinho o fato de eu ser sozinha, agora. Mas sempre com gente por perto. Eu mesma já valho por muita companhia, mas não nesse sentido; eu tenho é que dar um jeito de emagrecer mesmo.]
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