Todos vocês que tão acordados agora, que estufaram seus relógios biológicos com horas da madrugada em excesso, qual é o gosto do desassossego? São doces ou amargos os minutos que deslizam dos ponteiros do relógio pros seus olhos cansados, fundos, escorridos em roxo pro resto da cara?
Todos vocês que tão acordados agora, quão miseráveis vocês se sentirão amanhã pela tarde, quando o sol já tiver cruzado o meio do céu e vocês ainda estiverem no meio das cobertas, burlando um pouquinho mais o tempo prá ver se o dia fica curto? Será doce ou amarga a comida atrasada que vocês engolirão sozinhos na frente da t.v, empurrada por goladas daquela falta de apetite de quem recém acordou a contragosto?
Todos vocês que tão acordados agora, quantas vezes já sonharam sem dormir com dias burocraticamente regrados, o corpo respondendo ao alarme do despertador, horários de almoço marcados no relógio e na conversa dos amigos, o rush ansiado dentro do ônibus, a pressa prá abrir a porta de casa e ser, finalmente, vocês mesmos? Será doce ou amargo viver no compasso imposto, na cadência original das horas?
Todos vocês que tão acordados agora, foi doce ou amargo o momento derradeiro em que vocês perderam o controle?
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