sexta-feira, setembro 03, 2004

Desde que eu descobri que o verso da apostila de Biologia II é o melhor lugar pra se rabiscar qualquer coisa, eu quase não possuo conhecimento sobre os seres vivos, enquanto o número de textinhos inúteis só cresce.
Esse aí é de anteontem, se não me engano.

Era um daqueles tipos que causavam frio na espinha de qualquer professor. Não conhecia respeito ou ordem. E também não fazia a mínima questão de saber que diabos isso significava.
Gostava mesmo era de ir contra, gostava do estrago. Sentia prazer inigualável ao perceber o espanto no rosto de quem por ventura cruzava seu caminho. Vez ou outra, quando tinha bom humor, se atrevia a passar, fingindo acaso, em frente de igrejas [preferencialmente no momento do exorcismo] prá ver apontarem nele uma manifestação do tão temido "inimigo".
Diziam que este estava em suas calças rasgadas, na falta de pente em seus cabelos, em seu modo de andar que parecia desafiar tudo e todos. E partiam pra exorcisação quando escutavam seu riso descontrolado diante de acusações estilo "aí habita satanás!!", sempre acompanhadas de um dedo apontado em sua direção.
E ele ria porque não acreditava em todo aquele circo. Ria de satisfação, ria mostrando os dentes, ria até a barriga doer. Ria de deboche, sentia-se superior por não ser como eles, por ter plena certeza de que, no futuro, faria diferente daqueles ali. Seguiria outro caminho.
De forma alguma podia aceitar o fato de ser um dia parte daqueles que se deixam chocar, e não ser mais aquele que choca.

Outro dia encontrei o tal rapaz. Vinte anos depois, a camisa social fechada até o peito e o semblante sério atrás dos óculos de grau quase não me permitram reconhecê-lo. Tinha postura invejável atrás da mesa do banco, e a palavra "gerente" estampada em seu crachá combinava perfeitamente com o cenário em que ele se encontrava.
Não me reconheceu. Disse-me "pois não?", tentou vender-me um seguro, e após eu ter concluído o que havia ido fazer no tal banco, me desejou boa tarde, apertou formalmente minha mão, me mandou ir com Deus, e voltar sempre.



[Essas coisas ficam bem menores com minha letra. ¬¬]

segunda-feira, agosto 30, 2004

Ah sim ó, assisti um filminho no fim de semana.
Daí já dá pra imaginar como eu me empolguei com o filme. Só lembrei de comentar na segunda feira...




Bem, "Escola do Rock" é um filme bem típico de Sessão da Tarde. Só que não é tão legal quanto "Quero ser grande", ou "Lua de Cristal". Tem umas cenas divertidas, umas piadinhas que salvam aqui e outras ali, mas as caras do tal Jack Black cansam o filme. Muito forçadas e artificiais.
O que deixa o filme interessante são as citações feitas à bandas de róque que aparecem de vez em quando e o garotinho estilista. É o melhor viadinho mirim que eu já vi, adorei.
Ah sim, tem a trilha sonora boa também. Mas num filme cujo tema principal é música, a trilha sonora ser bem feita é quase obrigação.
Enfim, não precisa alugar Escola do Rock. Espere passar na sessão da tarde, e se não estiver passando especial da Thalia no sbt [como tava há uns dois dias atrás, foi lindo :~], assista.