quinta-feira, agosto 04, 2005


[Essa capa é muito "arte" pra mim.]


Então, num surto de consumismo misturado com a confusa [e falsa] idéia de que eu possuía algum dinheiro, eu desembolsei 30 contos no 4 do Los Hermanos.
Poderia até dizer que é pra fazer valer a investida monetária que eu não tenho escutado outra coisa desde Terça Feira. Mas é verdade é que esses meninos continuam sabendo fazer música.
De fato ainda é cedo pra que eu expresse alguma opinião definitiva sobre o disco porque, por incrível que pareça, acho que Los Hermanos exige um pouquinho de paciência pra com certas músicas.
Mas, por hora, achei o cd bastante bom. As músicas estão bem diversificadas, algumas bastante tristes como "Os pássaros", "Sapato novo" [essa lembra bastante aquelas músicas fossa do Chico Buarque], e "Pois É" [minha preferida], outras dançantes, a exemplo de "Morena", "Condicional" e "Paquetá" [Essa tem os dois pés na salsa e, acredite, é muito boa], e aquelas que lembram samba, ainda que na letra, como "Fez-se Mar" ["Clareia no tempo / Cadeia das horas / Eu meço no tempo / O passo das horas"].
O single "O Vento" à primeira vista não tem nada de radiofônico além da guitarra completamente "Strokiniana" [U-au lara.]. Mas após algumas escutadas, o último trecho gruda de forma insistente na cabeça, e é aí que você percebe onde estava o lado chiclete da música. É também a que mais se aproxima do "róque" em todo o disco, e talvez seja por isso que tenha sido escolhida como música de trabalho.
Apenas uma música ainda não me desceu: Horizonte Distante. Soa toda fora de lugar, mas daquele jeito desproposital, sabe como? A distorção da guitarra utilizada lá pelo meio e os saxofones/trompetes [não sei ao certo o que é] que crescem de um jeito meio "musical da Disney" não me agradaram mesmo. CQuanto a letra, porém, nada contra.
E por falar nas letras, estas andam um pouco tristinhas em sua maioria. Até aí nada novo, já que os Los Hermanos não são nenhum tipo de Poliana no que diz respeito às suas composições. O que me intrigou mesmo foi a insistência do Camelo com a tal "Morena". Se ele não se apaixonou por uma, ele descobriu essa palavra anteontem. Porque, além da música que leva esse título, em outras duas ele chama por essa tal Morena. Eu hein.

Mas, enfim. Descrever música é coisa complicada pra mim. Bom mesmo é pegar e ouvir. Mas já adianto: Por hora, meu cd não tá em situação de empréstimo.
Daqui alguns meses, quem sabe.

terça-feira, agosto 02, 2005

Assinando o atestado de alienada.
[Não com orgulho, vale dizer.]

É fato que a mídia e as pessoas ultimamente parecem não ter outro assunto senão esse tal mensalão e as malas cheias de dinheiros sendo levadas de não sei onde para não sei onde, as denúncias do Roberto Jefferson e qualquer outra coisa que envolva a lama na qual o atual governo tem chafurdado.
Acontece que esse assunto simplesmente não me interessa. Não sinto a menor atração pelo português errado dos senadores, pela falta de caráter de não sei quem, pelo desenrolar, enfim, de toda essa coisa.
E ligar a televisão ou passar o olho pelas revistas da banca é dar de cara com isso, sem erro. Até no ponto de ônibus, compenetrada em complexas questões, ["Chegá leim casa eu como pão com manteiga esquentado ou não?"] eu não deixo de escutar as famigeradas palavrinhas saindo da boca de alguém para formar frases que, pra mim, nem tem muito sentido. E não, não acho graça dos senadores e deputados e secretárias se estapeando verbalmente usando vocativos rebuscados.
Eu não sei, deve ser questão de gosto. Outras coisas, provavelmente bestas e desinteressantes como um graveto pra maioria das pessoas, prendem tão mais a minha atenção. Comigo também não vai servir o argumento de que então eu não sei o que se passa em meu país. Não serve mesmo, porque, pra maioria das pessoas que acompanha tão assiduamente esse circo já montado, o que interessa é o mesmo que o Programa do Ratinho oferece: O que há de pior no ser humano a ser exposto para quem quiser ver. Ver a podridão alheia e saber quem será o alvo das frustrações e raivas da vez.

Eu? Dispenso. Podridão eu prefiro ver em personagens. Deve ser por isso que filmes e livros e qualquer coisa inventada me cativem mais e façam de mim uma moça tranquila e conscientemente alienada.

segunda-feira, agosto 01, 2005

"(...)Saio em segredo
Você nem vai notar
E assim sem despedida
Saio de sua vida
Tão espetacular

E ao chegar lá fora
Direi que fui embora
E que o mundo já pode se acabar
Pois tudo mais que existe
Só faz lembrar que o triste
Está em todo lugar

E quando acordo cedo
De uma noite sem sal
Sinto o gosto azedo
De uma vida doce
E amarga no final

Saio sem alarde
Sei que já vou tarde
Não tenho pressa
Nada a me esperar
Nenhuma novidade
As ruas da cidade
O mesmo velho mar..."


Pato Fu - Agridoce


Música linda. E Belo Horizonte hoje.
Férias boas, bastante boas. Espero que o próximo semestre esteja a altura, e não deixe em mim um saudosismo vazio.
Vai ser bom, vai sim.

Boa noite pra vocês, e boa viagem pra mim.