quinta-feira, janeiro 12, 2006

Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
História
Inglês


Pronto. Finalmente, Férias Quae Sera Tamén.
Sobre os vestibulares, eu já me cansei de fazê-los e de falar sobre. Em suma, muito ônibus lotado, muito toc-toc-toc de pés no chão, muito período de sigilo e, agora, muita espera.
Prá mim, a volta prá Ipatinga amanhã. Um Neruda que não é meu prá ler, mais Guimarães Rosa e Jack Kerouack. Porque farofa pouca é bobagem.
Senti falta de escrever de fato [apesar de não saber o que isso significa realmente] aqui. Algumas idéias, contudo falta o tempo. Mas isso eu já resolvo.

E prá atualizar, aquilo que ele chamou de, Um pouco de Rafael, um pouco de Lara.

Crime
É igual feijão.
Bom é o feito em casa.

Erro
Trancou a família no banheiro
e engoliu a chave.

Cutelo
Pedacinho por pedacinho.
Feito como a fez murchar.

Engenho
Fez da mãe uma canoa.

Na panela
Coração de mãe,
Sempre cabe mais um.

Pena
Para o caçula virou o rosto.
O tiro só ouviu.

Veneno
Isso, amor... Come tudinho.

Improviso
A receita dizia dois quilos de carne.
O bebê tinha cinco.

Microondas
Lá dentro sorria. Bi bi bi!
Rosa, vermelho, roxo, explodiu.

Do vigésimo nono andar
- Voa, bebezinho, voa!

Perfeito
...e agora você é meu álibi. Porque quer teu sangue correndo nas veias, né?

Fria leitura
Matou a família e foi ler micro-contos.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Redação

Um alarme mais barulhento que todos os outros tocando quando eu finalmente tinha deixado a ansiedade de lado prá pegar no sono. E daí até dormir outra vez, lá se foram uns trinta minutos. Mas consegui acordar e me arrumar prá meter-me num ônibus que, por Deus, jurei que não me caberia. Caixa abarrotada de gente - grande novidade - e Kelly Key tocando na rádio. Sabe que é mais constrangedor quando há gente perto? É... principalmente na parte em que ela fala "Só porque cê tá de carro?". A vergonha era tão grande que deu vontade de pular pela janela.
Enfim. A sala com doze carteiras me lembrou sonho, não sei porque. Tão pequena, tão tranquila, era clara. E finalmente aquelas enjoadas questões dissertativas, um manifesto contra a violência [faz-me rir!] e um "texto a ser publicado num jornal de grande circulação." [Ironia do destino? Sei que me desfiz dos conceitos de lead e tudo mais. Afinal, é disso que eu corro.].
A Carta de Caminha me foi gentil. Também o Capitão Rodrigo do Veríssimo [o Érico, querido.] e os tais Contos Amazônicos. Mas, Guimarães Rosa, o senhor pisou no meu calo com o/a Diadorim e o Riobaldo na travessia. Inventar é a solução, e juro que fez até sentido. Mas esses corretores da banca... eu não sei se me compreendem.
Na volta teve o centro quente dessa cidade, numa tarde quente, sob a ótica dumas lentes escuras. E eu concluí que gosto daquele monte de gente atravessando prá lá e prá cá e dos carros quase me matando na minha travessia. Tanto quanto gosto dos exageros.

Então amanhã tem mais. Provavelmente contarei às paredes, novamente, como é que foi.