sexta-feira, março 25, 2005

Operação Ovo de Páscoa

Eu nunca entendi muito bem o sacrifício.

Não se pode comer carne na Sexta Feira Santa, em memória do sofrimento experimentado por Jesus nesse dia.
Jesus, o mesmo que disse [em algum capítulo ou versículo que não me vem à memória agora] pra que não tentassem o imitar.
Fazer-se sentir mal, por um ícone que, acredito eu, pregava o bem [isso tá em outro Evangelho que não me vem à cabeça também.].

Carne não. E sim um peixe ene vezes mais custoso e, há quem diga, mais gostoso.

Eu nunca entendi, definitivamente, o sacrifício.

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E longe daquela revolta pré-adolescente, na qual tudo o que antes era tido como certo por você deve ser criticado, eu pergunto: Alguém ainda realmente acredita naquela história contada pela Tia da catequese, de que o Coelhinho simboliza a fertilidade, e os Ovos, uma vez que parecem sem vida por fora e são recheados por dentro, a renovação?
(...)
Ah sim. Bom saber que eu não tenho de tenho de trocar esse template por um de fundo roxo com figura do Dinossauro Barney no canto superior direito.



Outros textos da O.O.P

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Mero Cristianismo
Telhado da Juli
Revolução do RNT
Blog da Loba

quinta-feira, março 24, 2005

Eu fiz um.

Mas adianto desde já que não tenho nenhuma pretensão artística, intelectual, revolucionária, subversiva ou erótica com esse fotolog.
Só fotos umbiguistas mesmo. Sabe pagar língua?
Então. Bem nessas.
Ainda assim não duvido que eu enjoe disso fácil fácil, dada a minha atual falta de paciência com qualquer coisa.

[Ouvindo Can - Dizzy Dizzy / Spice Girls - Wannabe (Adoro minha pasta de mp3 "novas"...)]

segunda-feira, março 21, 2005

O quarto fechado e escuro. Pequeno até, mas suficientemente espaçoso para comportar a cama, o criado mudo e o pequeno guarda roupas. No teto, o ventilador roncava o zumbido oficial de todas as noites.
Independente do tempo, acostumara-se a dormir ouvindo o tec-tec das hélices cortando o ar. Quase uma canção de ninar para o garoto.
Deitara-se na cama vestindo um short de pijamas e nada mais, e cobrira-se até o pescoço. Debaixo da cabeça o travesseiro já começara a molhar-se - babava enquanto dormia, o rapaz.
E ali, deitado de olhos fechados, com a franja cobrindo-lhe uma parte do rosto, ele se ausentava de todo o resto do mundo. Rasgava todos os seus papéis sociais respirando calmamente, enquanto descansava de outro inevitável dia por ele vivido.
Não mais era o filho estranho que tanto intrigava os pais com sua introspecção demasiada. E não havia, dentro do quarto escuro, resquícios do amigo com quem sempre podia-se contar. O aluno de comportamento peculiar também desaparecia, dando lugar a nada mais que um garoto adormecido.
No vai e vem ritimado do peito desapareciam também todas as angústias e os orgulhos daquele menino, tão confuso e inquieto.
Seus questionamentos intermináveis e a certeza de só saber que nada sabia evaporavam-se e subiam até o teto do quarto, sendo talhados pelas hélices do ventilador.

Dormia.

Não era filho, amigo, aluno, questionador, inquieto, angustiado.
Simplesmente existia em sua vulnerável condição de ser humano vivo.
E nesse momento, botava abaixo todas as [hipócritas] máscaras que se deve usar, para que tudo ocorra segundo "a norma".

Seu momento de mais absoluta sinceridade.
E ele nem estava acordado para contemplá-lo.


[Aquelas idéias que surgem de repente no meio da festa + tarde tediosa de domingo + falta completa do que fazer = texto bobinho.]