quinta-feira, fevereiro 09, 2006

The Dreamers.


[Ê vidão, hein fia? Ô leimcasa.]


Atores jovens (e bonitos), um pano de fundo a evocar alguma revolução e um relacionamento amoroso entre os personagens. Em um primeiro momento, o envolvimento de Mathew com os irmãos Theo e Isabelle, presente em Os Sonhadores, de Bertolucci, parece seguir a atual tendência dos filmes tidos sob a vergonhosa alcunha de cult-jovens, na qual também se encaixam os alemães The Edukators e Adeus Lênin.
Contudo, The Dreamers vai um pouco mais longe quando deixa de lado a abordagem jovem prá centrar-se no que compõe a parte talvez tida como cult do filme, ao trazer para os espectadores, referências a filmes clássicos das décadas de 30 e 40. E para que a maior parte do público não fique perdida, cenas das tais películas são inseridas na obra de Bertolucci, numa colagem que, apesar de conferir ao filme certo caráter didático, é um dos maiores trunfos deste.
Já a nudez e o sexo explícitos em Os Sonhadores são capazes de arrastar para o cinema muitos garotinhos com os hormônios à flor da pele. É fato que a sexualidade presente no filme proporciona algumas boas cenas - especialmente quando é apenas insinuada, ou contrasta com a casualidade - porém, soa gratuita na maior parte das vezes.
The Dreamers parece querer tratar de vários assuntos ao mesmo tempo - incesto, sexo, cinema, política, revolução - mas acaba por passar de forma superficial por todos estes. Vale, portanto, somente pela bela forma como é filmado, por certos diálogos, pela trilha sonora. No mais, soa apenas como um filme para cult´s inciantes, ou aprendizes de cinéfilos.

____________________________________________________

[Eu sei que ninguém terá paciência, mas é que Rafael se perdeu com as argentinas. Então eu assisti ao filme e senti saudade das resenhas das aulas de "oficina de leitura e escrita". Era a única matéria que me agradava em jornalismo, fora fotografia. :~]

terça-feira, fevereiro 07, 2006

[Making Off - ou of?]

- temos que pensar o que levaria uma mulher a...
- deixa, lara. minhas mãos estão trêmulas. vou pegar meu caminho.
- amanhã terminamos este texto?
- amanhã dirá.
e ele nunca voltou pra casa
e ela olhava aquela página rabiscada
e ela chorava suas incompletudes
e ele se deitava com prostitutas argentinas
e ela se viu grávida
e ela jogou o bebe na lagoa da pampulha.
(terminaram, é fato)
(e com o feto)
(mortinho e boiando)
(fim)


[Filho acidental de Lara e Rafael numa noite sem poemas.]*
[Porque o "texto-com-enters", caso ele não se perca pros cantos argentinos, vem amanhã.]**
[Por hora, boa noite.]***

domingo, fevereiro 05, 2006

novo.

Finalmente, template novo.
Com meu microconto preferido, com fundo branco, com arquivos de três anos atrás - recomendáveis, caso queiram ver que adolescentes não são "miguxos" para sempre.
O dono da obra? O maldito mais querido.
Brigada, Rafa!
E prá abrir, esse aí que eu não sei se alguém entenderá.


[Três pra ti.]

Era grama de verde fresco roçando as minhas costas, e falta de preocupação com as formigas que, a essas alturas, já se entranhavam pelo meu cabelo a dentro. Céu branco de dia que acabara de nascer, lágrimas fazendo da minha alma vidro, aquela transparência frágil.
Anos poderiam ter se passado enquanto eu, silenciosamente, me virava do avesso a espera das tuas verdades, precisas. Vida e erros desfilaram na frente de nossos olhos ali, e os meus gritos de dor escorridos pelos olhos você limpou com a promessa de que outros erros virão, virão outros dias, outros cortes, outros amores.
Mas o tempo que passou foi apenas aquele necessário prá amanhecer um céu, prá se sarar uma alma, prá se perceber que "viver é muito perigoso", mas ter alguém que te distraia das lágrimas torna a travessia mais bonita.