segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Ai quent guét nou.


[Eu me pergunto prá onde foi todo aquele sex-appeal do video de Simpathy for the devil.]

Tente visualizar: Um milhão e lá vai pedrada de pessoas numa praia, num mesmo momento dum mesmo dia, assistindo um show gratuito. Adicione à cena apenas mais duas informações, quase que irrelevantes: a praia é Copacabana, no Rio de Janeiro, e o show é dos Rolling Stones, banda que só não tem mais aceitação familiar que o Abba. [Não disfarce, teu pai é fã , tua mãe adora e teu avô balança os ombrinhos quando ouve.]

Quase isso, né?

"O levantamento dos bombeiros inclui ainda 28 afogamentos, um parto, um atropelamento e três pessoas esfaqueadas. A Polícia Militar, por sua vez, registrou apenas um caso de esfaqueamento."

[Um caso óbvio de mistura de cachaça, empolgação ébria, mar e (!) uma mulher grávida de 9 meses. De fato tinha tudo prá dar certo.]

Tem mais:

"O show dos Rolling Stones, que reuniu cerca de 1,3 milhão de pessoas ontem à noite na praia de Copacabana (zona sul do Rio), terminou com 22 casos de crianças perdidas."

[Esse aí eu já não consegui entender. Porque diabos se leva uma criança a um lugar abarrotado de gente fumando/bebendo/cheirando/trepando e outros gerúndios proibidos na novela das 9? Talvez seja o novo método carioca de livrar-se da cria - mais eficiente que a prática do bebê à lagoa, comum aqui em Minas.]


E digo ainda que a polícia se livrou de tarefa mais árdua que resgatar bêbado de mar e fazer serviço de parteira: ter de lidar com a possível morte de algum dos integrantes do Roulim Estones, já que as possibilidades [overdose, infarto, overdose, overdose, derrame, overdose, susto, velhice...] não eram remotas.
Não que eu estivesse praguejando contra quem foi ao show ou coisa do gênero, mas esse monte de gente, numa cidade que não tem lá a melhor reputação, se matando prá ver no palco uns tios que tiveram pique há coisa de três, quatro dêcadas atrás, não me parece muito são não.
Não, não mesmo. Eu já tô satisfeita, obrigada.