quinta-feira, dezembro 01, 2005

Aqui jaz uma foto de Eddie Vedder, que desalinhou meu template.
[Mr. Eddie Vedder ontem, comprovando aquela história do rei que nunca perde a majestade. E a foto vai enorme mesmo - é merecido.]
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[Sobre Sonhos.]

Ah.
Eu poderia chegar aqui e descrever tecnicamente tudo aquilo que eu vi e ouvi ontem, em Curitiba. Mas, acontece que isso não levaria vocês prá lá. Isso não esmagaria as pernas de vocês de dor; não colaria teus estômagos nas costas; não faria vocês esquecerem de fome, de desconforto, de calor, e de que existia um mundo fora daquele espaço ali em que o show acontecia.
E é por isso que eu não vou tentar reproduzir aquilo tudo com palavras. Só me limito a dizer que o Show do Pearl Jam foi a melhor coisa que eu já presenciei. Sem medo algum de estar equivocada.
Não era coisa de se ver, ou de se ouvir; Aquilo ali era prá ser sentido, vivido com a intensidade que se fez a tua espera durante todo o tempo que eles demoraram.
Eu, naquelas duas horas e meia de show, superei todos os meus limites e descobri que sonhos se realizam num misto de dor e prazer, lágrima e suor, felicidade e êxtase.
Ver na minha frente a banda que não sei por quais motivos se tornou a minha preferida, ouvir aqueles cinco rapazes tocando prá mim [e que importa se não era exclusivamente prá mim?], sentir que eu ainda estou viva, que eu não desaprendi a sentir paixão pelas coisas, é coisa que não se explica, porque é coisa que não se entende.
Foi maravilhoso, se interessa a alguém. Foi simplesmente maravilhoso.

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segunda-feira, novembro 28, 2005

Então.
Amanhã é dia de entrar no ônibus com gente que eu ainda nem conheço e adormecer minha bunda com mais de quinze horas de viagem até amanhecer em Curitiba. Mas aí quarta feira não vai ter torcicolo nem bunda doendo nem fome nem qualquer outra menor necessidade fisiológica que me tire daquela Pedreira, que desgrude meus olhinhos do palco.
O Pearl Jam, sô. O Pearl Jam.
E quando eu voltar, conto como é que tudo foi maravilhoso.

Por enquanto mesmo, só uma daquelas besteiras riscadas na horizontal, ó:


[Sem título porque a ansiedade já me come.]

Chegou embriagado em casa. Era a terceira vez naquela semana. Contudo, pessoa para censurá-lo não havia; Morava e vivia sozinho.
Cambaleou da sala até o quarto, onde desfez-se dos sapatos. Sentado na cama, os olhos vermelhos e molhados passeavam pela paisagem urbana que a janela do sétimo andar deixava ver. Outros prédios, e mais cinza, e concreto.
Desistiu de caçar lógicar naquilo ali, também porque começara a sentir-se nauseado. Olhou pros pés e viu a mancha rosa que, na juventudade, durante poucos minutos fora seu câncer. Aquele que foi suspeita e consequente negação dos médicos em menos de uma hora. A lembrança enfureceu-lhe. Mas que desgraça, nem um cancerzinho de merda deixavam-lhe ter. Nada que fizesse-lhe pelo menos um pouco diferente.
Voltou os olhos para seu guarda roupa de mongo, três portas, três calças, três gravadas, duas camisas, um chinelo, três parcelas a serem pagas, que dançava na frente de seus olhos. E aquele quadro "deus-é-fiel" comprado no Um e Noventa e Nove também teimava em não aquietar-se.
O enjôo lhe ia crescendo, que era vileza demais que era sozinhês demais e pequenez nem se fala o futuro promissor onde é que ficara e as boas notas do colegial os amigos que um dia tivera e tudo atacava-lhe o rosto como faces que riem e dedos que apontam sentia faltar-lhe o ar até quando é que aguentaria até que...
De súbito, virou-se pro lado e vomitou a alma.