segunda-feira, maio 29, 2006

1312 - a.k.a conversando com o espelho.

Não sei. Mas ás vezes tenho saudade dum virtuosismo antigo, que eu nem sabia existir em mim.
Soa ridículo, sair da boca de uma menina de - quase - dezenove anos esse tipo de frase, eu sei que soa. Acontece é que eu costumo me sentir como se envelhecesse não um dia a cada pôr do sol - daqueles que dividem o céu em rosa escuro e azul, quase seis da tarde, já reparou que bonitos que são? -, mas um ano. Menos no sentido de adquirir experiência; mais no sentido de ir me opacando.
Ao mesmo tempo vem aquela sensação de inércia, de achar que já se foram uns bons anos e essa mesma bundamolice, essa falta de coragem de pôr na parede e falar que é isso e perguntar se entendeu olhando nos olhos e arqueando as sobrancelhas assim, que ás vezes é bom fingir um cado de impaciência - faz a resposta vir mais rápido.

Esses meus draminhas de crise de meia idade precoce, eu sei que são chatos. Pior é saber da boca de Piaget que, a essas alturas, pouca coisa ainda muda por aqui, a não ser que algo de muito extraordinário ocorra.
O problema é que eu já combinei com Thom Yorke e, ainda que encha o saco, nós cantamos prá mandar prá longe de nós os alarmes e as surpresas. Sabe como é... apatia cai bem em rostos desarmônicos.

No mais, tudo bem. Eu só tava com vontade de escrever o 1312º ´post dessa coisa aqui, achei um número bom.
E a tua família, tá boa?
dê lembranças.