sábado, dezembro 11, 2004

Sete e meia da noite e esse sol que não percebe que já devia ter ido embora. Barulho, carro, gente.
Ponto de ônibus. E esse cheiro doce e enjuativo que pretende parecer flor [provavelmente rosa] misturando-se com a fumaça do cigarro que essa moça de blusa transparente e saia curta segura.
Do outro lado, outra moça. Se eu não tô enganada essa é amiga da primeira. As unhas do pé, pretas. As da mão, vermelhas. Blusa terminando onde começa a barriga, e uma coxinha de frango na mão.
"Aí ó, chegou." E entram dentro do ônibus. Bem percebi que o motorista quase arranca a roupa das duas com os olhos. Será que se importam?

Outros ônibus. Ainda não. Esse não serve. Serviria esse outro? Sei não. Melhor não arriscar.

Carrinho vermelho parado no sinal.
E a moça ajeita a franjinha no retrovisor, a gola da blusa, retoca o batom, arranca o carro e leva sua pose de boneca pra depois do semáforo.

Mais carro, mais gente, mais ônibus sem serventia.
Sacode o pezinho. Vontade de ir ao banheiro. Vontade de não precisar voltar aqui amanhã.
Opa, chegou. Sinal com o indicador.
Ruas, ruas, ruas.
Casa. Chuveiro. Cama.
Despertador, de novo. Dia, de novo.
E há remédio?


[Ouvindo:Chico Buarque - Cotidiano]
[Vem cá... Quando é que as pessoas se tornaram tão clichês?]

terça-feira, dezembro 07, 2004

Luzinhas nos prédios, árvores verdes com lacinhos vermelhos no shopping, papai noel passando calor nas lojas, propagandas com "dingombéu" tocando ao fundo...
Dizem que o natal taí, né?
Será que só eu não entrei no "clima" desse negócio esse ano?
Não sei se é porque a minha rotina usual de fim de ano [que faz uma faz uma falta danada, vale lembrar] se modificou totalmente dessa vez, ou se é porque eu estou naturalmente mais rabugenta.
Só sei que esse ano nada me motivou a pensar em presentes "dáveis" pras pessoas, a mandar cartões com mensagens clichês de fim de ano, nem nada do tipo.

(...)

Tá bom, não era bem isso que eu queria falar.
O fato é que eu não passei na Puc por malditos 1,5 pontos.
<.patty fresca>Tô arrasada, amiga.<./patty fresca>
Poizé, poizé. É mentira, mas é verdade. E eu tô começando a odiar cada vez mais essa merda de vestibular.
Agora me diz, se num clima desse, existe algum jeito de pensar em "dingonbéu", papai noel e ainda engolir a vinheta de "hô-ji-a-festésua-hô-ji-a-festénossa-é-de-quem-quiser-quem-vier" da Rede Globo com bom humor?
E um peteleco na orelha do(a) primeiro(a) Poliana que vier dizer que "tudo tem um lado bom" e que "se não deu é porque não tinha de ser", ou coisa parecida.
Hunf.