quinta-feira, setembro 16, 2004

Há pouco tempo atrás lembro-me de ver um de meus irmãos dizendo que "amor" era coisa inventada pelos homens. Que isso de fato não existia. Claro que suas palavras não eram exatamente essas, e pode ser que minha interpretação tenha distorcido o que ele realmente quis dizer com isso.
Acontece que, na época, não aceitei bem sua afirmação. Mal sabia que pouco tempo depois eu estaria adotando suas frases pra definir o que costumam chamar de amor.
Posso estar sendo muito racional, ou qualquer outro nome que se dê pra isso, mas pra analisar algumas questões, gosto de colocar o homem em seu estágio primário de animal. Gosto de analisar os impulsos, e de pensar que no fundo, todos agimos por extinto.
Sendo assim, o tal "amor" de que tanto falam, pelo qual dizem sofrer, matar, morrer e outros verbos que se encaixam perfeitamente num soneto de Camões ou numa letra do Karametade quando é este o tema, seria apenas uma forma de desanimalização do sexo. E de construção de uma sociedade também.
Uma sociedade na qual, em linguagem de dia de semana, todo mundo se comesse, seria um caos danado. Aquele monte de mãe com sessenta filhos [sendo um de cada pai], doença pra tudo que é canto, e mais outras mil coisas que eu não preciso explicitar.
Por isso transformaram atração em amor. E inventaram pra ter sexo é preciso ter amor. Complicaram tanto o conceito da coisa, que chegar as vias de fato se tornou algo menos simples.
E é assim até hoje. Se a Fulana deu pro Fulano que ela conheceu ontem, ela é uma puta de Bê-erri, ou qualquer outro adjetivo escutável em butecos, afinal ela nem conhecia o rapaz, não havia amor.
Somos irônicos. Descemos o pau em quem nada mais faz do que seguir seu instinto animal.

Eu sei que posso estar exagerando, afinal de contas, muito tempo já se passou desde que o homem inventou o tal amor, e hoje em dia é muito difícil [pra não dizer impossível] viver sem levar em consideração tudo o que surgiu com essa bendita invenção.
Mas, minha concepção do tal amor não vai muito além disso. E eu não saberia falar sobre esse tema de outra forma.

[Taí ô B.M -> http://eutenhoumblog.blogger.com.br meu post sobre amor. Mais ou menos o que você o imaginou?]

segunda-feira, setembro 13, 2004



Terminei de assistir Encontros e Desencontros hoje. Agora, pra ser exata.
E bem, posso dizer que esse filme é prova de que eu não sou tão chata assim, e que não é preciso muito pra me agradar. Digo isso porque não me atreveria a fazer um filme com um enredo tão simples. [É claro que eu não me atreveria a fazer filme com enredo nenhum, isso foi só exemplo infeliz.] Um moço e uma moça [linda, por sinal], perdidos num lugar completamente diferente de tudo que eles já viram. Por acaso eles se conhecem. Misture isso com umas cenas bonitas, uma trilha sonora legal, um final emocionante, mas não chorável, e taí o filme.
É bem sutil. E eu gostei bastante. Mas não acho que seja digno do tanto de comentários que recebeu na época de seu lançamento por aqui.
Pensando bem, eu não devia me atrever a falar isso. Gostar de filmes tá longe de entender de cinema.

Ouvindo Jesus and Mary Chain - Just like honey
[A música da última cena. Tão bonita quanto.]