domingo, junho 20, 2004

Ah, vá lá.
Textinho wannabe rabiscado na minha última aula de Biologia II.

O peito que se infla, na iminência de realizar um tímido suspiro, é rapidamente reprimido pela razão. E sob as lembranças de tudo que já feriu seu corpo e sua alma em uma época não muito distante, ele solta um meio suspiro. O frio na barriga, a ansiedade, e, porque não?, a alegria (todos repentinos como nunca ousam ser), são interrompidos com o baixar brusco do peito.
Tudo porque encher os pulmões com este ar novo e limpo é perigoso, logo proibido.
Entre os movimentos confulsivos que seu peito fará diante de uma crise de choro, entre as pernas que ficarão bambas diante de sua aproximação inevitável, entre estar sufocado por tanta felicidade, entre o ar que não mais será necessário no momento de sua partida, e entre todas as situações opostas a que sua existência será submetida, ele escolhe um meio suspiro.


[E você há de concordar comigo. Ainda que o resultado final seja uma besteira como a escrita acima, rabiscar as últimas folhas da apostila de Biologia é sete vezes mais interessante que aprender sobre a reprodução vegetal.]

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