terça-feira, abril 05, 2005

["Durmo, desperto, torno a dormir, torno a despertar, miserável existência." (Franz Kafka)]


Eu já cheguei a pensar que estava conformada com toda a minha mediocridade e tudo mais.
Acreditei que não havia muito problema em engrossar as estatísticas [desde as de emigrantes de Governador Valadares as de consumidores de sorvete de pistache] e só.
Já adotei a idéia de que as coisas tinham uma ordem natural para acontecer, e que era assim mesmo que tinha de ser, e pronto-acabou.

Eu só não sabia que ia me cansar tão rápido.
Da minha mesmice, da mesmice do que me cerca, da mesmice que me espera.
Como um condenado que, mesmo tendo as mãos e os pés livres, não desvia seu curso da forca.
Porque parece a mim que a mediocridade está encravada lá no fundo, e não há falsa modéstia ou falsos elogios que a impeçam de vir à tona hora ou outra.

Só agora vejo como é frágil, esse ego meu.
Fraco, e pateticamente insatisfeito.

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