terça-feira, junho 07, 2005

"Hold me Close, I hate you the most."

Lá vem ela. Lá vem a maldita pousar esses olhos de gato em cima de mim.
Fica a me olhar desse jeito, como se procurasse a mancha na gola da minha camisa, as marcas do meu rosto, o fio de cabelo que não se assenta onde devia estar, as minhas espinhas de garoto inseguro. Passeia por todo o eu, como se eu fosse dela, como se ela tivesse esse direito desde que nasceu, pra depois me olhar nos olhos, como se não houvesse nada de errado comigo.
Eu odeio o fato de ela fingir ignorar o óbvio enquanto lista em sua cabeça todos os meus defeitos. E odeio esses olhos que parecem ser cheios de mel, mas que acabam por transbordar crueldade. O modo como ela me invade quando olha no fundo dos meus olhos e parece arrancar lá de dentro tudo aquilo que eu tentei esconder com as palavras, eu odeio.
Nessas horas eu só consigo repetir pra mim mesmo como ela é alguém terrível, como ela me machuca com sua presença e como eu a quero por perto quando ela se ausenta.
Nessas horas eu penso que não seria capaz de dar mais que dois passos que não sejam considerados débeis. Não cabe a mim permanecer sóbrio, nessas horas.
Mas o máximo que eu faço é sorrir a minha embriaguez e limpar discretamente o suor de minhas mãos na calça jeans, enquanto ela, mais uma vez, toma pra si meus olhos tímidos de menino novo, minhas imperfeições de guri desajeitado, meu desejo de homem ainda não feito.


[Provavelmente sujeito a correções e toda essa frescura. É que já é hora de largar o computador e bem... foi saindo, de forma rápida, até. =)]

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