terça-feira, setembro 13, 2005

Acontece que eu tenho andado realmente sem o que dizer. Andei escrevendo algumas besteiras numas de minhas idas à biblioteca, [poizé, agora eu vou prá lá depois da faculdade fingir que estudo pro vestibular. Fingir com todo o significado da coisa, porque se já tem me faltado concentração prá aulas como "história contemporânea", o que dizer de estudar Física Elétrica.] mas é tudo muito coisa de momento, de fluxo de consciência, talvez, de descrever o que eu vejo a minha volta.
Mas, me incomoda deixar isso aqui às moscas. Então vá aí, um texto de algum tempo atrás.
Bobo. Poderia ser assinado por uma garotinha de 12 anos apaixonada pelo cara bonitinho da escola. O sentimento é o mesmo, eu sei que é. Mas é que, prá algumas coisas eu ainda não cresci não. [Prá muitas outras também não.]
E, admito. Toda essa introdução é prá me livrar um pouquinho do constrangimento de ter escrito coisa tão infantil e platônica.


Para o meu [quase] amor platônico.

Não sei direito, ô menino.
Eu acho que é esse teu jeito de olhar pros teus pés por pura vergonha de encarar aquela gente toda na tua frente. Meio tímido assim, como se se expor daquele jeito fosse coisa que doía.
Mas pode ser também a rapidez esperta de quem tem medo de se deixar errar, essa que você me deixa ver quando, entre um acorde certo e outro triste, tira uma mão da guitarra e a leva até o rosto prá ajustar os óculos que quase caem do nariz.
Penso até que talvez seja a tua voz, essa tua voz que canta o que às vezes eu sinto, o que eu sei entender até quando se faz grito, de dor ou de raiva ou de alívio - eu não sei.
Mas é que nessa sua indiferença imperfeita, você me ganha dum jeito que me confude e só deixa restar a certeza de que, ah garoto. Basta um "oi" seu prá eu me perder de vez.



[Em tempo: É tão infantil o sentimento, que já passou. Dele ficaram só as letras e umas lembranças bonitinhas.]

Ouvindo - Smashing Pumpkins, 1979 (falar neles, não fosse a minha pobreza gigantesca, quase teria comprado aquele cd cuja capa tem porquinhos, deles, hoje. 19 reais. Mas eu só tinha 20, e era pro presente da minha mãe.)

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