domingo, janeiro 15, 2006

"But there’s a full moon risin’
Let’s go dancin’ in the light
We know where the music’s playin’
Let’s go out and feel the night.
(...)
But now it’s gettin’ late
And the moon is climbin’ high
I want to celebrate
See it shinin’ in your eye.
Because I’m still in love with you
I want to see you dance again
Because I’m still in love with you
On this harvest moon."


Neil Young - Harvest Moon

(...)

[Harvest Moon seria um título muito óbvio?]

De súbito, a lua jorrava palidez ali, bem no centro do céu negro. E era como se toda ela interrompese a placidez contínua daquelas alturas com sua beleza. Confundia a calmaria quando esbanjava perfeição. Venenosa.
Cá embaixo, as tuas sandálias rotas faziam subir do chão o pó, fingiam ir prá voltar ao mesmo lugar, se conduziam com a leveza de quem não tem ao que obedecer. E era a tua palidez, cruel de tão bela, que interrompia minha noite fresca. Era a tua dança que sugava os meus sentidos, que reduzia-me a secura de boca e desespero de coração. Era eu menos que o pó que levantavas.
E a ouvir o reverberar de cordas dum violão, eu, que nunca me dei com estes passos que se dissimulam em ritmo, queria mais que tudo também saber me deixar levar. Você pelos sons; eu por você, neste tão longe tão perto que me põe besta e meio.
(...)
Param os sons, pára você. Debaixo do holofote lunar agora, só o rastro de poeira antes levantado, a voltar pro chão.
E eu, que me vejo despertado pelo silêncio, me deito com a tua ausência.
Que eu ainda sou um apaixonado, que quer ver-te dançar de novo.


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PS: Viajo prá praia hoje a noie. Volto dentro duns dez dias. Se eu não tiver paciência com lan houses, peço prá alguém atualizar isso aqui. Até!

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