sábado, novembro 20, 2004

" Eu quero afastar a neblina com um sopro, e em seguida permanecer debruçada na janela até o momento que eu julgar conveniente.
Eu quero destruir as horas e o tempo, mandando embora assim todas as inconveniências que a sucessão dos eventos me traz.
Eu quero viver de [boas] lembranças, e nada mais. Porque sentir medo de começar algo extremamente novo é muito menos cômodo que simplesmente me entregar àquilo que eu já vivi.
Mudanças são necessárias - eu não duvido que alguém dirá.
Pois bem. Eu quero acabar com tudo que existe de necessário.
Eu quero viver com o que já possuo, com tudo aquilo que me completa.
Eu quero não precisar. Eu quero não me fazer entender.
Eu quero confundir.
Mas se eu preciso do que eu quero, eu menti o tempo todo. Porque ousei afirmar que desdenho o que é necessário.
Logo eu não quero nada. Eu nem quero não-querer.
Eu só não quero.
Te confundi? Bem, não era o que eu queria. "


É engraçado. Algumas besteiras que a gente escreve se encaixam em mais de uma situação.
Nah, não é pra entender mesmo não.


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