quinta-feira, julho 21, 2005

[When you´re the only one] ou
(Hold me Close, I hate you the most II) ou
(Possível seqüência pro texto do dia 07 de Junho) ou
(Moon Song tem uma das letras mais simples e mais verdadeiras que eu já li, daí a razão que me faz usar alguns de seus trechos como pseudo-títulos de textos meus) ou
(Sem mais firulas, o mini texto ta aí embaixo.)


Ele tem uns olhos irônicos. As pupilas dilatadas o tempo todo, só deixam um contorno castanho avisando que estes não são olhos tão pretos como à primeira vista pode-se pensar. Pupilas engrandecidas como a de uma criança ingenuamente feliz, fazendo parte da janela de uma alma cansada, já traída pelo gosto amargo do pessimismo inato.
Olhos de criança em quem carrega espírito de velho.
Essa contradição toda me fascina, e então eu não consigo prestar atenção em outra coisa que não seja ele. Nessas mãos que sobem e descem sem saber onde exatamente parar. E no tap-tap-tap do pé denunciando sua ansiedade de garoto envelhecido antes da hora. Eu me perco no seu jeito de quem parece estar sempre à espera nervosa de um alguém que não chega, de quem tenta esconder seus defeitos atrás de uma cara fechada, de quem é só espinhos pra tudo o que possa chegar perto e dizer “oi.”
Sempre fugindo de mim, sempre estremecendo ao meu toque. Ás vezes me olha com raiva, ás vezes eu leio nos tais olhos certa admiração. Um dia eu vi amor. Mas já era tão tarde da noite e já estávamos tão bêbados. Preferi pensar que era um equívoco, surto pretensioso de garota convencida, e até hoje me embaraço nessa dúvida, enquanto mergulho meus olhos naqueles, tentando decifrar tudo aquilo que tenta com sangue e suor esconder, mas que eu desejo – mais que seu sangue e seu suor – descobrir.




[Internet voltou. Viajo sexta do mesmo jeito. Mas fico mais tranquila assim.]

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