terça-feira, março 18, 2003

Anjo Dor

Com os mortos que lamentam
Jovens sofredores que choram
Um anjo caído Renegado ao paraíso
Sentado por entre os corpos
Cabeça sobre as mãos
Não me toque Por que preciso de um tempo
Não ligue
Se minhas asas negras o assustarem
Mas meu espírito está um pouco só
Numa escuridão sem fim
Manchadas de vermelho
Pelo sangue que chorei
Durante o tempo que aqui fiquei
Esperando que o negro céu passasse
Mas eu vi muita dor aqui
E de que hoje faço parte
O cemitério é o meu mais doce lar
Posso chorar por uma vida inteira
Por que o sofrimento a mim concebido
Não passará
Sente-se ao meu lado
Chore um pouco de sangue
Me chame de
anjo dor




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